ALMA LEVE

Componho sempre

com a alma leve,

como a água

nas nuvens vaporosas;

bem sei que a vida

carnal é tão breve...

Ó, almas, cuidem

em ser espirituosas!

Que a leveza da poesia

em mim conserve,

as energias fluídicas

das almas dadivosas;

em cada instante

poético de minha verve,

sinto o êxtase criador

das artes caprichosas.

Sem a leveza das nuvens

em minha poesia, como

beber da água que

despeja versos chuvosos?

Como posso revertê-la

em pesadas nuvens

sombrias, para que,

nos versos, jorre Deus,

os seus poderes aquosos?

Decerto, dependo da alma

leve, para sentir o influxo

poético inspirador.

Porquanto, não se faz

poesia, sentindo o peso

do vaso corpóreo,

mas sentindo a leveza

do espírito criador!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 21/10/2014
Reeditado em 08/09/2018
Código do texto: T5007095
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