Alergia é reação exagerada e
contrária
rejeitando
a algum antígeno estranho...
 
Pode ser ao pó,
a umidade, e aos odores perfumados
ou não...
a pólen e até mesmo alimentos.
 
Mas há casos de auto-alergia.
Você reage e rejeita a si mesmo.
 
Você tem espirros em salva.
E sem salvação alguma.
Nariz obstruído e boca frouxa.
Corizas estranhas
e constrangedoras

Escorrendo nossa humanidade
líquida num mundo sólido.
Sórdido.



Lacrimejam os olhos.
Mas não é choro, é só rejeição...
Aparecem urticárias,
inchaços...
eczemas e descamação...
tal como as cobras
mudamos também de pele
para escapar
da existência.
Para escapar do contato e
da rejeição.
 
Depois do lirismo
e da loratadina
em forma de mar,

é possível conviver
com a alergia.

 
Rejeitando-se intimamente
a estranheza
mordaz que insiste
em nos invadir.

 
Fechamos as portas.
Trancamos janelas.
Apertamos o nariz...
Cerramos os punhos.

Mas os antígenos nos atormentam.
Poderosamente invisíveis.

É que a vida é mesmo
inexorável.
 
Nem mesmo mortos
Escapamos daquilo que
realmente existiu um dia.

 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/10/2014
Reeditado em 20/10/2014
Código do texto: T5005538
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.