Os Fundamentos do Mundo.

Os Fundamentos do Mundo.

O homem não têm ideias.

São as ideias que têm os homens.

O sistema de memória.

Dificilmente liberta-se.

De seus códigos mimetizados.

Na mente.

Os mesmos são criados.

Por substratos culturais sociais.

O homem não tem liberdade.

Para construção da autonomia.

Devido à hermética do cérebro.

Desenvolver seus mundos.

Significativos.

Somos o que nos fizeram ser.

O homem não consegue psicologicamente.

Perceber as motivações dos discursos.

As mentiras da linguagem.

Os entendimentos ilusórios.

Ver e perceber.

Apenas a parcialidade da compreensão.

E que poderá ser sempre a distorção.

Como de fato costuma ser.

Dado a natureza do mundo representativo.

Significando o desejo do engano.

As fantasias dos sonhos.

A memória humana.

Cognitivamente.

Estrutura-se em sistemas fechados.

Dificilmente a lógica racional muda.

E quando modifica.

Apenas fragmentariamente.

Portanto, somos o que pensamos.

Imaginamos o erro.

Como fundamento da verdade.

Achamos que o real.

É a realidade, quando é a imaginação.

O fundamento do entendimento.

Sempre a mais fantástica cegueira.

Entretanto, a verdade constroi-se.

Na mais exuberante mentira.

O mundo efetiva-se.

Da representação do indesejado.

Como epistemologia da sabedoria.

Definição da dialética incompleta.

O homem está no mundo.

Vê o mesmo.

Mas não compreende sua complexidade.

Consegue até a transformação.

Mas não para o bem do mundo.

A modificação é indiferente.

As leis da vida.

A mudança do mundo.

Não realiza por intermédio do mundo.

Muito menos para o bem dos homens.

O que se efetiva.

É alheia a inspiração do homem.

A sua felicidade.

Motivo pelo qual.

Transfere-se tudo pra outro paraíso.

Ou tempos históricos distantes.

Sonhos humanos.

Não são contemplados.

Pelas mudanças do mundo.

O que permanecem.

São sempre as eternas.

Frustrações.

O homem efetiva-se.

Pelo inacabado.

Realiza-se pelo interminável.

Entre o possível.

E o impossível.

Entre o conhecido.

E as nuanças do não conhecível.

Razões não entendíveis.

Diante das complexidades.

Sentimos medo.

Vivenciamos a perplexidade.

O caminho do mundo.

Um trilho delatável.

Imbuído pela sofisticação do delírio.

Sentimos abaixo da nossa envergadura.

Nos olhares esfacelados da loucura.

Do desapontamento do universo.

Tudo que é perceptível.

Uma gota de orvalho.

Procurando emudecer o deserto.

Ao longe o hidrogênio.

Jorrando seu calor.

Com a certeza.

De estender os tempos inexauríveis.

As primaveras.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 17/10/2014
Código do texto: T5002821
Classificação de conteúdo: seguro