línguas pestilentas

De todos os sumos

o sumo

de todas águas turvas

a água

de todo fel destilado por línguas pestilentas

o castigo

vem montado em cavalo de bronze

ferraduras de diamante

pisando sobre almas retorcidas

das trevas que habitam

seus sentimentos

absurdos

impuros

límpidos

translúcidos

quanto foram os sonhos de sua infância

em qual porta retrato ficaram?

estilhaça-se em mil

dez mil

trezentos mil de milhares de megatons

tons de roxo quanto suas saudades

dos amigos de rua

dos tempos imemoriais

colegiais

lanche barato

barato zona sul

zona onde seus melhores momentos

foram abortados

pela vida ganha

em douradas moedas

e no limite do seu cartão de crédito

acredito em ti?

nos outros?

como?

nem em mim acredito mais

E nas poetisas?

musas alheias

das paixões platônicas

piram

expiram

não bate mais o seu coração

e daí

c

a

e

m

em sobressaltos.

Enfim: vida de arlequim

César Augustus Frc
Enviado por César Augustus Frc em 15/10/2014
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