línguas pestilentas
De todos os sumos
o sumo
de todas águas turvas
a água
de todo fel destilado por línguas pestilentas
o castigo
vem montado em cavalo de bronze
ferraduras de diamante
pisando sobre almas retorcidas
das trevas que habitam
seus sentimentos
absurdos
impuros
límpidos
translúcidos
quanto foram os sonhos de sua infância
em qual porta retrato ficaram?
estilhaça-se em mil
dez mil
trezentos mil de milhares de megatons
tons de roxo quanto suas saudades
dos amigos de rua
dos tempos imemoriais
colegiais
lanche barato
barato zona sul
zona onde seus melhores momentos
foram abortados
pela vida ganha
em douradas moedas
e no limite do seu cartão de crédito
acredito em ti?
nos outros?
como?
nem em mim acredito mais
E nas poetisas?
musas alheias
das paixões platônicas
piram
expiram
não bate mais o seu coração
e daí
c
a
e
m
em sobressaltos.
Enfim: vida de arlequim