PÁSSARO FERIDO
PÁSSARO FERIDO
Para cantar a angustia da alma
Um pássaro ferido
Pia na solidão da noite
Vulto desconsolado
Coração estremecido
Sentimento inquieto
Aterrador secreto
Pairando no espasmo inerte
Do vento lânguido e vago
Que enche a curva dos espaços
Que no tempo se perderam
Sob o aguilhão das torturas
Como jaulas que encarceram
A mortalha da saudade
Dos idealismos profundos
Convertidos em miseráveis
Mendigos de asas quebradas
Divinizados na cova
Dos sentimentos dilacerados
Pelas intempéries do orgulho e da vaidade
Escrito por Clemilza Maria Neves de Oliveira