A fila

Ah, as facécias desse fado indeciso,

Caso pegues duas dores e mistures;

Saberás como é mirar o alvo preciso,

E errar feio, acertando outro, alhures...

Sei, poesia é pauta para ímpar, clave

Cuja música nasce, de outro engenho;

Não entendeu amigo, não girou a chave?

Tudo bem! Pode deixar, eu desenho...

Em outras palavras o mesmo eu diria,

Facilitando o saber dessa dor insana;

Simples: Como falar de amor a Maria,

fazendo derreter o coração de Joana...

Ufa, enfim fiz meu louco strip tease,

Mostrei o coração pulsando na retina;

Poderia ficar silente, não que precise,

Mas, poesia é minha droga, heroína...

Entorpeço, disfarço o que ora ocorre,

Pondo na vida gotículas de clorofila;

Se a esperança é última que morre,

Poesia me ajuda, não furar essa fila...