SOBRE A MENTIRA E A VERDADE
Com quantas mentiras se faz uma verdade?
Com quantas verdades se cria uma mentira?
Entre a verdade que chega tarde e a mentira raquítica que cedo transpira
Sobrevoa a obesidade do quase nada ou do quase tudo em meio ao absurdo
No afã puro da autoclemência a qualquer custo no seu próprio mundo
No degladiar eterno da rivalidade e dualidade que purga e expurga
O que existe no limiar tênue da mentira que tira e atira
E da verdade que arde e invade o corpo combalido e dorido
Delimitado no vácuo agonizante do círculo concêntrico enclausurado
No triste adeus de tantos dias passados, triturados e dependurados
Visitados e revisitados durante os revezes do que nem cheira nem fede nem cede e para coisa nenhuma serve.