AFASTAMENTO
AFASTAMENTO
As pessoas se aproximam; se confraternizam; se beijam, se abraçam, se amam.
As pessoas se distanciam; se desapegam; se odeiam; se matam.
A matéria se atrai ou se repele.
O vinho se dilui na água, mas o óleo nunca se une a matéria hídrica.
Dizem que até as pedras se encontram.
Encontrar-se pode ser um acaso, um acidente, uma probabilidade, ou um ato da divindade.
Mas a afinidade, a cumplicidade entre os seres é coisa curtida, é metal derretido, é beleza da vida.
Às vezes, o afastar-se urge; um imperativo da sorte, pode até doer como a morte, mas é remédio que cura.
É para o peito ferido uma surra; isso num primeiro momento.
O amanhã trás seu sol; seus raios iluminam os rostos.
Seu espectro atende a todos os gostos.
Contudo, quando a vida partilhada é desgosto;
Afastar-se é preciso!
O sangue que corre nas veias, por vezes, saturado de gordura, entope os vasos; o corpo sofre.
E para dor cardíaca o analgésico não tem efeito.
A causa pode ser um defeito.
Lá no peito, no coração de quem confessa que ama.
A moça fascinada pelo seu amor não viu nele o antigo sabor.
O rapaz enamorado correu apressado; foi morar em Salvador.
O casal se afastou.
Quando o amor é sano.
Não existe engano.
O olhar diz tudo.
E o tudo é um sentido que só os dois entendem.
Deveria ser assim o casamento!
Um prédio de cimento com vigas de flores.
Aí, não tem razão o afastamento.
O amor faz milagres; um deles é unir a certeza com o afeto; este último deixa qualquer um quieto.
E tenham convicção: Estarão sempre por perto...