AFASTAMENTO

AFASTAMENTO

As pessoas se aproximam; se confraternizam; se beijam, se abraçam, se amam.

As pessoas se distanciam; se desapegam; se odeiam; se matam.

A matéria se atrai ou se repele.

O vinho se dilui na água, mas o óleo nunca se une a matéria hídrica.

Dizem que até as pedras se encontram.

Encontrar-se pode ser um acaso, um acidente, uma probabilidade, ou um ato da divindade.

Mas a afinidade, a cumplicidade entre os seres é coisa curtida, é metal derretido, é beleza da vida.

Às vezes, o afastar-se urge; um imperativo da sorte, pode até doer como a morte, mas é remédio que cura.

É para o peito ferido uma surra; isso num primeiro momento.

O amanhã trás seu sol; seus raios iluminam os rostos.

Seu espectro atende a todos os gostos.

Contudo, quando a vida partilhada é desgosto;

Afastar-se é preciso!

O sangue que corre nas veias, por vezes, saturado de gordura, entope os vasos; o corpo sofre.

E para dor cardíaca o analgésico não tem efeito.

A causa pode ser um defeito.

Lá no peito, no coração de quem confessa que ama.

A moça fascinada pelo seu amor não viu nele o antigo sabor.

O rapaz enamorado correu apressado; foi morar em Salvador.

O casal se afastou.

Quando o amor é sano.

Não existe engano.

O olhar diz tudo.

E o tudo é um sentido que só os dois entendem.

Deveria ser assim o casamento!

Um prédio de cimento com vigas de flores.

Aí, não tem razão o afastamento.

O amor faz milagres; um deles é unir a certeza com o afeto; este último deixa qualquer um quieto.

E tenham convicção: Estarão sempre por perto...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 02/10/2014
Código do texto: T4984395
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