enquanto não queimo o mapa

São essas coisas que dão sentido à vida,

Valiosas para nós e outros nem notam;

nuances que fazem uma nos ser querida,

por nada, por tudo, razões de em suicida,

aliás, se razões faltam sentimentos botam...

São essas coisas que dão sentido à vida,

a via da esperança com a verde seta;

ora, faz subir outra aponta pra descida,

conforme rumos que o anseio convida,

esse faz sempre rumando àquela dileta...

Mas, o suicida tem só razões de morte,

dirá um crítico, que erro pelo deserto,

que sou bússola doida perdendo o norte,

bambeei perdi o tino ante a sina forte,

eu me mato, sim, para tê-la mais perto...

Eu sei bem que me ponho meio iludido,

crendo no remake que deveria esquecer;

por mim mesmo, dirão, que acabo traído,

entendam que as coisas que dão sentido,

nem sempre são as que nos dão prazer...

Quando tiver prazer dane-se o sentido,

esse, só buscamos na aridez da estrada;

vale o mapa se o tesouro tá escondido,

depois, que seja queimado, consumido,

não preciso de ombro no colo da amada...