manchas na cama
Os cobertores úmidos estavam no varal,
Não secaram por que a chuva atrapalhou;
Que ruim a desconfiança entre um casal,
Cujas promessas foram de amor fiel, leal,
E tão cedo o desengano já se instalou....
Quando tesão se disfarça de sentimento,
Até viça um pouco, qual erva que medra;
vácuo de verdade, aparece, com o tempo,
o sol da rotina queima fundo, por dentro,
planta sem raízes, semente sobre pedra...
se a cama está suja o coração que padece,
pois, o amor tem lá seus hábitos higiênicos;
ao vento da desconfiança casa estremece,
o calor do pretérito nem um pouco aquece,
leito que foi puro, agora virou transgênico...
como endireitar esses caminhos ora tortos,
se a impureza é uma rampa que muito desce;
o barco particular buscou aos novos portos,
é porque o sopro sutil derruba outros corpos,
mas, o corpo do amor, apenas a alma conhece...