VELHO
VELHO
Torno-me estranho
Porque me faço velho
Sinto a incerteza que cerca
Na carne viva
Na alma que grita
A beleza se desfolha
A pele se enrola
As forças se esvaem
No abraço da solidão
Busco no corpo jovem
A fonte da juventude
A irresponsabilidade do adolescente
A felicidade de não ficar só
Na ilusão equivocada do velho
Que vai murchando para fora
Mas se iluminando para dentro
Na certeza que a carcaça
Pertence a terra e a beleza a Deus
Escrito por Clemilza Maria Neves de Oliveira