VOZ POÉTICA
O vento escuta
a voz de minha
poesia, e a conduz
a longínquos ares
astrais; onde a minha
alma também aporta
para fazer moradia,
tão plena de líricas
edificações espirituais;
Faço poesia ouvindo
o canto da cotovia,
no frescor agreste
das tardes outonais;
a minha alma já voa
no passar da ventania;
espalha os meus versos
pelos ares siderais.
As vozes dos poetas
ancestrais no vento,
nutrem a minha poesia
do lirismo tão saudoso;
almas poéticas vivificam
o meu alento de poeta,
que se apraz com o próprio
canto laborioso; como
se essas vozes, cheias
de sentimento, nutrissem
(mais do que a minha
poesia), a minha alma
do amor tão virtuoso.