O hospício
Tá todo mundo muito feliz,
Ou, isso é barulho apenas;
Vai saber o quê é, que diz,
O sorriso amplo das hienas...
Nem todo inchaço é íngua,
Pois, basta bater pra inchar;
E o álcool acelera a língua,
Um pouco antes de travar...
Pensar é trabalho duro; dói,
Tolice dá folga ao neurônio;
Por que gravidade de herói
Se a vida é um manicômio?
Nem veem a coisa ficar preta,
Sequer o escrúpulo embarga,
Tanto cagam sobre o planeta,
Que o tempo puxa descarga...
Nas carapaças de seus vícios,
Escondem-se, medo da vida;
Pois os diretores do hospício,
Dão apoio, liberdade, guarida...
Felicidade é comedida, calma,
Sem barulho para a destacar;
Recatada embriaga à alma,
E empresta brilho ao olhar...