SIMPLICIDADE

Adoro olhar para as coisas simples,

pois elas têm muita relevância para mim.

Quem não se interessa em olhá-las,

é porque não tem sensibilidade para admirá-las.

O silêncio, por exemplo, não dói em mim,

e é tão simples olhá-lo, senti-lo, perscrutá-lo.

Mas para alguns, o silêncio dói muito,

pela insensibilidade de não saber lidar com ele.

E nem sequer olham-no, com o olhar da alma

que têm dentro de si, sem importar-se em tê-la.

Quem tem a alma sensível como a minha,

ama a solidão, o silêncio, a quietude das coisas.

Porque as coisas quietas, assim são, só na aparência,

uma vez que, se reparar bem, se perquirir bem,

a vida invisível aos nossos olhos carnais

está ali presente, impelindo-as a movimentar-se,

pela ação incessante da Causa Primária,

gerando efeito cósmico nas energias materiais

e espirituais, criando e recriando as coisas,

estejam elas inertes ou ativas em suas existências.

Inicio a olhar as coisas simples, a partir

do meu interior simples, da simplicidade do meu viver.

A alma luminosa se nutre de humildade e caridade.

A alma trevosa se nutre de orgulho e egoísmo.

A felicidade é uma satisfação interior conquistada

aos poucos, conforme a alma evolui em moralidade.

Ser simples no viver é apreender a beleza do próprio

interior, exteriorizando-a à suficiência do servir espontâneo.

É mediante a contemplação das coisas simples,

que sinto a leveza da alma voando alada nos ares astrais.

São nesses simples momentos de sensibilidade espiritual,

que brotam os meus poemas, plenos da beleza simples de Deus!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 20/09/2014
Código do texto: T4968833
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