MEU CANTO
De que se nutre o meu canto?
do choro dorido saudoso de alguém,
da alma débil, em cármico quebranto,
de alguém que me quer muito bem...
De que se nutre o meu canto?
da paisagem interior tão poética,
do espelho d'água cheio de encanto,
da poesia que se semelha à prédica...
De que se nutre o meu canto?
da paisagem exterior tão campesina,
da mãe ninando a criança num acalanto,
do olhar gracioso da linda menina...
De que se nutre o meu canto?
da paciência de alguém apenas ouvindo,
da eficácia universal do esperanto,
de alguém que me ama e já vem vindo...
De que se nutre o meu canto?
da vida pacífica entre almas regeneradas,
da emoção de alguém esvaindo-se em pranto,
do amor sublime entre almas afinizadas...
De que se nutre o meu canto?
do gesto nobre de amor à humanidade,
do auxílio à alguém que sofre tanto, tanto..
da humildade no exercício da caridade...
De que se nutre o meu canto?
da prevalência, não do mal, mas do bem,
do valor e bem moral tão sacrossanto,
de desejar o bem sem olhar a quem...
De que se nutre o meu canto?
de compaixão pela humanidade inferior,
da alma glorificada pelo Espírito Santo,
da Misericórdia Eterna do Criador!