ESPELHOS

O que você vê ao se olhar no espelho.

Para muitos apenas um reflexo, ou simples desenho.

Silhueta do complexo.

Para outros o imperfeito, que com retoques, chega-se ao meio termo.

Para outros a arrogância de Ícaro, vitimando-se a si mesmo.

De uma forma ou de outra para todos os espelhos, somos espelhos.

Vemos o que vemos, e vemos o que queremos.

Como duro algoz de si mesmos.

Determinamos, corrigimos, eliminamos, desgostamos, mas sempre do mesmo espelho.

O verso e o anverso.

Como imagem refletida do que se apresenta à vida.

Contudo em seu anverso, o édipo dos mais meticulosos e atentos.

Que em uma fração de segundos, não perde nem mesmo um só evento.

Para si mesmo, os dois lados de um mesmo reflexo.

Como o côncavo e o convexo.

Como flashes da tênue refração do reflexo.

Desenhando e desdenhando do próprio verso.

Apresentando-se incólume.

Descrito em poucos versos.

Que a todos ao se mirar no espelho.

Crie um paradoxo no universo.

JLLIMA
Enviado por JLLIMA em 19/09/2014
Reeditado em 20/09/2014
Código do texto: T4967648
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