Dimensões
Quem somos nós,
pobres mortais,
que em nossa incapacidade de amar,
mas tendo a necessidade de sentir o amor,
viajamos em busca de adjetivos que o descrevam?
Procuramos atribuir tamanho, grande ou pequeno,
procuramos dar intensidade,
muito ou pouco.
Amor não pede adjetivos,
não temos a competência necessária para caracteriza-lo ou descrevê-lo.
Quem somos,
seres limitados,
que tentamos dizer o quanto amamos,
ao invés de demonstrarmos isso?
Amor não se mede,
não necessita definição,
não se limita a ser grande ou pequeno,
bom ou ruim,
confortável ou incômodo,
ou a qualquer outra coisa de tentar deter algo.
Também não está no coração,
nem no cérebro,
na conta bancária muito menos.
Não existe dimensão conhecida pelo ser humano
capaz de caracterizar o amor,
por isso,
deixemos apenas assim,
amor.
A única coisa que podemos fazer dele
sem depreciá-lo ou limitá-lo é conjugar:
eu amo, tu amas, ele ama.