Breve viagem
"Cá estou me adentrando nesta
grande viagem pelos versos
poéticos e majestosos
Que exalam o fio da minha vida de
maneira trabalhada, deixando em
suas estrofes rastros misteriosos
Rieu, vos me acompanha a minha
ida até a Veterana de vida e o
Arguto tio
Na volta, em noite madura, a alma
dança conforme a música e ao
plangor sutil
A melancolia não é como tempos
passados, onde o Eu estava com
o caos impetrado
Hoje me encontro em uma paz
pouca definida, de sobrepujo e
sobejo aprendizado
Caminho pelas ruas do meu bairro
e ao mesmo tempo passeio pelas
planícies da mente
O gélido vento choca meu corpo
enquanto a brisa ecoa a erudita
nos confins do inconsciente
Olha as fases que passei, das
várias aventuras ao inferno e das
raras entradas ao céu
Observo os meus estados
emocionais e sempre há um juiz
severo e um pobre réu
Dou risadas da estupidez, quem
tem a astúcia de perceber que
brincamos de deus toda hora?
Não nos colocando no lugar dos
outros, cegos por crenças e
mandando a razão embora
Não sou Spinoza, ó grande pai
desta faculdade, mas procuro
evitar alienação pela emoção
Buscando o equilíbrio e prudência
na vida, questões que faltaram
para a glória eterna de Napoleão
Prossigo com a jornada e vejo o
singelo vale rochoso, e acima, a
lua e sua pluma de luz
Paro e reflito, outrora meditarei
sob esta rocha, agora o violino e
piano são quem me conduz
A longa avenida me leva para
casa, depois deste lindo trajeto
e delirante
Este poema é um breve resumo
da noite, arranca lágrimas do
Eu empolgante"