O Trem
A cada estação quando passo deste velho trem vejo que fica um pouco de mim em cada uma delas
Pois se não é a história que escrevo a cada dia a se arquivar por si só
Cada nova estação novos semblantes novas histórias
Livros vivos que não poderei ler, personagens anônimos que a mim me sobre vem e que meus olhos não se cansam de olhar
E de todas estas estações nenhuma faço morada
Apenas faço feito pássaro que logo vai a migrar
E mais uma nova estação chega... Mas quantas ainda terão?
Percorro estes vagões que já me são familiares
Onde escorre meu tempo, onde medito muitas vezes em meus erros
Onde muitas vezes sonho e adormeço e logo recomeço a nele estar