Um mar de palavras
Minha cabeça
Um mar de palavras
Desconexa, sem sentido
Fervilhavam, tragavam-me
Eu silenciava e dançava
Sem alma
Gargalhava como louca
Fugia das palavras
Não ousava
Eu nunca fui poeta
Não tenho intimidade com as letras
Implorei exaustiva
Procurem os verdadeiros poetas
E gritei vários nomes:
Conceição Castro, Décio
Karina, Elisa...
São tantos os poetas
Nada adiantou
Elas estavam impassíveis
-Cada poeta tem suas palavras
Disseram elas em coro
Fiquei pálida!
Palavras não falam... ou falam?
Ai meu Deus! Fiquei confusa
Minha cabeça girava como a Terra
Aos poucos, da escuridão
A clarividência
Sou poeta ou não?
Pouco importa
Essas são outras palavras
São as minhas letras de vida
Não querem mais ficar jogadas
Esquecidas, estagnadas
Querem movimento
Fazer minha alma dançar
Falar, viver...
E Poetizar até o silêncio.