Ele ...
Tu ...
Eu, Bernardo?
Ardo no fogo do abandono,
queimo na chama da insegurança.
Meu socorro é gritado!
Meu grito não ecoa, meu eco não ressoa,
meu berço ninguém balança!
É tocha atravessada no peito,
é ferida que não sara,
é dor que não para.
Padece aqui fora, o que por dentro já se foi.
Ninguém me ouve, ninguém me fala,
na minha dor ninguém crê!
Adoece minha alma!
 
Sonhei soltar balão na amplidão de minha infância.
Desejei pular fogueira com Iaiá e brincar com Ioiô.
Meu sonho de ser feliz como uma criança qualquer,
virou pesadelo no castelo do malmequer!
 
Para ser feliz um menino,
pouca coisa é preciso!
Bastam abraços apertados de ternura,
daqueles de ficar na ponta dos pés...
Ah! Também podem ser abraços estrela,
aqueles com cinco pontas de múltiplos carinhos,
entrelaçando por toda a vida, pai, mãe e filhinhos.
É disso que precisa um menino, para o bem e o futuro da humanidade!
 
Eles ardem ...
Nós ardemos ...
 
Eu sanfono no paraíso dos Bernardinhos!