Relicário
Por Carlos Sena
Amanhã pode ser que não haja beija-flores
e que dos campos
as queimadas suprimam o verde;
pode ser que amanhã
dos córregos só reste o rego
e que da garganta só reste a sede.
Pode ser que das flores
nem seus odores sobrevivam à fumaça e
que dos amores
até o afeto venha fenecer...
Mas, se do amor sobreviver o perdão,
então não termos eu nem você
nenhuma razão
nem motivo a temer,
pois haverá motivos de sobra
pra gente não mais se preocupar
como que poderá vir a ser...
Porque lá fora setembro setembra e
o colibri colhe brisa
para quem tem afeto nessa conta.
Amanhã pode ser ungüento
para o amor diário
relicário que às vezes desanima
mas não se entrega ao sofrimento.
Por Carlos Sena
Amanhã pode ser que não haja beija-flores
e que dos campos
as queimadas suprimam o verde;
pode ser que amanhã
dos córregos só reste o rego
e que da garganta só reste a sede.
Pode ser que das flores
nem seus odores sobrevivam à fumaça e
que dos amores
até o afeto venha fenecer...
Mas, se do amor sobreviver o perdão,
então não termos eu nem você
nenhuma razão
nem motivo a temer,
pois haverá motivos de sobra
pra gente não mais se preocupar
como que poderá vir a ser...
Porque lá fora setembro setembra e
o colibri colhe brisa
para quem tem afeto nessa conta.
Amanhã pode ser ungüento
para o amor diário
relicário que às vezes desanima
mas não se entrega ao sofrimento.