Incertezas

A chuva cai...

Ressabiado é o tempo

Que inexoravelmente avança

Sem deixar rastros na areia.

As horas consomem

A agonia que chora

O passado estéril

No presente adormecido.

Calor intenso,

Abundante suor...

É o sol que perfuma

A angústia esmaecida.

Silêncio da noite...

A lua escondida

Entre nuvens de algodão

Sorri para a estrela solitária.

Orvalho insípido...

Amor travestido

Pela âncora do deserto

E pela língua que se cala.

Medo da mentira...

A toalha despenca no tapete

Onde ressona a verdade

Úmida por transparências.

A coragem desperta

Dentre anseios mais profundos

E transforma uma atmosfera

Blindada pela esperança.

Cai a máscara...

O dia soterra a noite

E o princípio que era fim

Metamorfoseia as dúvidas...

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 27/08/2014
Código do texto: T4938844
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