LADRÃO DAS HORAS... de Saltimbanco a Menestrel.
Feito Saltimbanco
Assustou à praça todo povaréu.
Pedia-lhes as horas,
Roubando-lhes a pressa de passar.
__Roubei sua hora, para um sorriso ganhar.
__Roubo-lhes as horas para lhes dar tempo.
Tempo de olhar o tempo e a vida:
Se vai chover; o brilho e o calor do sol;
As flores a se abrir; a cor dos olhos da amada.
Saltitante... fez toda rotina mudar.
Prisioneiros do tempo...
Numa rotina sem razão,
Marcamos as horas e o tempo de nossas vidas
Esquecendo de marcar nossa existência no tempo.
Mais e mais transeuntes voltaram ao seu bem estar.
Não mais escravos das horas, felizes,
Despiam-se de suas vidas vazias.
Ensinou-lhes assim a ver a vida,
A praça e o tempo com emoção!
E todos traziam agora, no olhar,
O brilho de quem sabe ser feliz...
Aprenderam a usar o seu tempo.
__ Vivamos o tempo, não as horas.
Só há um tempo teu: o agora é sempre!
Tempo de chegar, de ir embora.
Quem vive seu tempo faz história!
__ Roubei suas horas, ganhei lágrimas de emoção.
Marquei a minha e as tuas vidas...
Fiz história num tempo exíguo de nossas existências,
Marcada n’alma, jamais se esqueceram...
Sorrindo... saltou o Saltimbanco.
E o homem que roubava horas
Fez-se agora Menestrel de Ilusões.
* Reeleitura reflexiva de uma linda história...reinventadada em versos.