Análise Literária da Letra e Música: Metamorfose Ambulante.

Análise Literária da Letra e Música.

Metamorfose Ambulante.

Raul Seixas.

Prefiro ser uma metamorfose ambulante.

O autor nega afirmar o modelo político econômico.

Fundamentado no liberalismo.

A expressão superação da velha opinião.

Formada sobre tudo.

Raul procura negar o modelo político de direita.

Legitimado pelo o regime militar.

Entretanto, por outro lado, não acredita.

No socialismo de Estado soviético.

Para o mesmo a direção dos dois mundos era apenas.

Uma grande fantasia.

Os distintos regimes não chegariam.

Em lugar nenhum.

A expressão da preferência da metamorfose.

Significa a negação dos modelos culturais.

O que devo dizer.

Agora o oposto do que disse antes.

A exegese da letra.

Não é pelo fato.

Da negação do capitalismo liberal.

O regime militar como força.

De sustentação do Estado político.

Nada na realidade política.

Tem sentido para vida do povo.

Reclama em metáforas.

A necessidade de recusar as ideologias.

Não se pode apostar no presente.

Tudo isso é engano.

O mundo naquele momento não se tinha.

Perspectiva.

Era necessário viver a ilusão.

Seria bem melhor.

Que se perdesse.

Desfrutasse da vida epicúrica.

O prazer para aquele momento histórico.

A única saída para atingir a felicidade.

Mesmo sendo por meio do caminho artificial.

Não poderia viver o amor.

Fundamentado numa concepção tradicional.

Não se sabe o pensamento.

O significado do mundo cultural.

Faltava lógica a análise das coisas.

Substancialidade.

A verdade nunca fora acepção real.

Talvez nem mesmo existisse.

Por que se iludir com a vida.

Se hoje sou uma estrela.

Amanha poderei ser a escuridão.

É que tudo na vida é passagem.

Insignificância.

A realidade não é a realidade.

O mundo estava sendo uma perda histórica.

Naturalmente no tempo.

Somos na prática um grande delírio.

Se hoje odiamos.

Amanha podemos amar.

Quando se tem amor pode também não ter.

Na prática a vida é um terror.

Pode se amar.

E ao mesmo tempo não amar.

O que significa.

Falta de sentido para a existência.

O mundo é sua negação em essência.

O amor pode ser um horror.

Portanto, nessa vida cruel.

Sem significação.

É melhor ser um ator.

Esconder para si a realidade.

Do mundo.

Fingir que tudo está bem.

Mas rebelar na canção por meio de metáforas.

Cantando.

O mundo é uma grande ilusão.

Em todos os aspectos da vida humana.

A natureza das coisas.

Além de uma ideologia política.

É absurdo chegar a um objetivo por um instante.

E ter que viver a vida ambulante.

Metaforizando.

Enquanto a vida durar.

Referenciando a dialética das contradições.

Motivo pelo qual.

Tudo que fora dito antes.

Tem que necessariamente ser negado.

É na superação que podemos ser.

Mesmo que seja minimamente.

A vivência da vida perdida.

Na escuridão do destino.

É melhor ser continuamente.

A superação.

Mesmo sendo eternamente a mudança.

Acreditar nas coisas absurdas do mundo.

O ser significa o não ser.

A não ser que seja tão somente.

A superação.

Mas tudo que se determina.

Tem como objetivo o não ser.

A eternidade da fluência se perde.

No próprio não ser do ser.

Então porque se iludir.

Com o liberalismo econômico.

A ideologia americana.

A vida é o desprezo permanente.

De cada instante.

Nessa metamorfose ambulante.

Somos e não somos eternamente.

Enquanto formos nossa existencialidade.

Na episteme do mundo perdido.

Nele mesmo.

Igual ao silêncio das nuvens passando.

Construindo as sombras da escuridão.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 22/08/2014
Código do texto: T4932944
Classificação de conteúdo: seguro