Quantia Certa
Ter um terço em mãos
Ou mesmo que o dobro disso
Me divide em tantos
Me torno dobradiço.
E a metade abandonada
Daquilo que sinto
Não resulta em nada
Que não seja pouco.
Em cálculos não minto.
E o ouro, entre poucos dividido
Sobra, não tem valor
Pois abundância sim
Tem síndrome de menor teor,
Vaga importância.
Quantidade certa, desmedida
Nada além do essencial,
Falsamente motiva em mim
O primordial
Do esperado sal
Lavado em mar,
Comparado e só
Ao meu salgado olhar.
Quero quantia exata
Para me perder em contas
Daquele pobre terço
Não saber ao certo
Quem de fato deve o quê e quanto
De tudo aquilo que só parece tanto
Mas que de reza, já está gasto
Encostado num canto
Orando ao santo, perdido.
Compartilho em mãos,
O ponto molhado, o pranto
Da fé diluída em mim,
Do céu tão distante, nanquim.