Evidências

Somos patifes edificadores da solidão...

Nosso ego é egoísta e paupérrimo de valores,

Somos mistificadores de nossa própria consciência

E profundamente ingratos perante as coisas do mundo...

Muitos se proclamam materialistas e deveras ateus,

Mas a verdade é uníssona em relação a todos...

Vivemos driblando o raciocínio por interesses pessoais,

A inteligência é um atributo comum às criaturas

Que a renegam para livrarem-se das responsabilidades

E não assumir compromissos por puro comodismo...

Permitimos que a hipocrisia recalque nossa existência

E nos fazemos de surdos-mudos por infidelidade...

Não há carência em nós, temos vida em abundância

E autossuficiência para vencermos as adversidades...

Somos ricos por natureza, porém pobres por opção!

Os pedregulhos da estrada testam nossa paciência,

Então os transformamos em obstáculos intransponíveis...

Somos, na realidade, enfermos e cruéis mentecaptos

Do nosso eu que a tudo espera sem devidos esforços

E nos coloca, inadvertidamente, nos pedestais da luxúria...

Cegos estamos porque fechamos o olhar às evidências,

No mais fundo do nosso íntimo sabemos que há um Deus,

Que nada se fez ao acaso, nem mesmo nós...

Cabe-nos elucidar a preguiça e assassinar o orgulho

Que corrói nossas vísceras e nos põe ao relento...

Devemos nos envergonharmos de não sermos humildes

E consentir que a ambição nos tolha a inteligência...

Basta visualizarmos de soslaio o que nos rodeia,

Só uma sapiência Única para desenhar a perfeição universal

Dum orbe ainda primitivo, mas eloquentemente arquitetado!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 18/08/2014
Código do texto: T4927886
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