Evidências
Somos patifes edificadores da solidão...
Nosso ego é egoísta e paupérrimo de valores,
Somos mistificadores de nossa própria consciência
E profundamente ingratos perante as coisas do mundo...
Muitos se proclamam materialistas e deveras ateus,
Mas a verdade é uníssona em relação a todos...
Vivemos driblando o raciocínio por interesses pessoais,
A inteligência é um atributo comum às criaturas
Que a renegam para livrarem-se das responsabilidades
E não assumir compromissos por puro comodismo...
Permitimos que a hipocrisia recalque nossa existência
E nos fazemos de surdos-mudos por infidelidade...
Não há carência em nós, temos vida em abundância
E autossuficiência para vencermos as adversidades...
Somos ricos por natureza, porém pobres por opção!
Os pedregulhos da estrada testam nossa paciência,
Então os transformamos em obstáculos intransponíveis...
Somos, na realidade, enfermos e cruéis mentecaptos
Do nosso eu que a tudo espera sem devidos esforços
E nos coloca, inadvertidamente, nos pedestais da luxúria...
Cegos estamos porque fechamos o olhar às evidências,
No mais fundo do nosso íntimo sabemos que há um Deus,
Que nada se fez ao acaso, nem mesmo nós...
Cabe-nos elucidar a preguiça e assassinar o orgulho
Que corrói nossas vísceras e nos põe ao relento...
Devemos nos envergonharmos de não sermos humildes
E consentir que a ambição nos tolha a inteligência...
Basta visualizarmos de soslaio o que nos rodeia,
Só uma sapiência Única para desenhar a perfeição universal
Dum orbe ainda primitivo, mas eloquentemente arquitetado!