EU MESMO

EU MESMO

Alcei vôo...

No delírio ardente

De uma imagem pálida

De um pobre sonhador

Nos sonhos dele:

À noite nos hálitos da aragem

Á luz da lâmpada sombria

Olhos negros fitavam-me

Enlevado tocando harpa.

Num momento profundo de significação

O estranho sorriu como se me esperasse

Frio impertinente gelava-me as mãos

Lutava por quebrar aquele torpor que me imobilizava

O tempo corria célere galopando nas horas fugidias

Ele dedilhava a harpa absorto em seu mundo

Quem era ele?

Que poder exercia sobre mim?

Sentia-me perturbado

O diálogo parecia impossível

O ar cantava leves murmúrios

Subitamente num átimo de segundos

Fitei aquele rosto que parecia comigo

E deparei-me com a própria realidade... Eu mesmo.

Escrito por Clemilza Maria Neves de Oliveira

Clemilza Maria
Enviado por Clemilza Maria em 18/08/2014
Código do texto: T4927470
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