Era apenas um menino. E não um gaymenino
Quantas vezes eu estava em meu quarto,
e chorei, chorei, chorei de uma forma tão
intensa que se abriu um mar de horrores
dentro de mim. Lembrei-me do meu primeiro dia de aula,
do meu jeitinho quieto, diferente dos meninos,
que tinham a ligeira forma de perturbar uns aos outros.
E eu, quieto, passivo de toda aquela situação,
me colocava sempre muito pouco, e sempre
mais com as meninas do que os meninos,
era um louco à esquerda, ou à direita,
não sei.
Tempos depois as piadas, as angústias,
e as minhas lágrimas se fizeram mais presentes
em mim, do que eu mesmo naquele pequeno
arco-íris que me cobria.
Não era um menino, nem era uma menina,
era um ser querendo apenas viver do meu jeito,
eu via os meninos e gostava deles, de alguns deles,
pra ser amigo, e ter o carinho deles,
não era nada sexual, não jamais, era uma criança
que pouco entendia ou que pouco queria entender
sobre sexo. Não pensava em picas, cus ou bucetas.
Pensava em carinho, em está junto em ser cuidado.
Mas, os que se aproximavam de mim ou eram apenas
pra tirar vantagem, da tão falada inteligência que tenho,
para simplesmente depois juntar-se com os outros para
agredir o restinho de moral que eu tinha. Da humanidade
que sempre pulsou aqui no meu peito.
-Viadinho!!!!!!!!!!!
Por tantas vezes meu ouvidos ouviram essas agressões,
enquanto eu nem sabia o que significava essa palavra.
Se era isso ou não, pra mim nunca foi muito importante,
eu queria era ser feliz, contar piadas, sorrir, fazer amigos,
gostava se está inteirado. Fazia os melhores trabalhos,
tentava demonstrar o máximo do que sabia, do que aprendia,
quem sabe não era pra tentar me auto afirmar em algo,
naquele vazio que me sufocava, naquelas palavras de agressão
que me faziam querer ser melhor, melhor e melhor.
Mostrar para eles, que eu até podia ser 'viado',
mas antes de qualquer coisa eu era um MENINO,
apenas um menino, que não pensava ainda em homens
ou mulheres para transar.