MOTIVO VIVO
Ando pelas ruas e ao meu redor tudo observo.
Procuro um alvo, miro, atiro, mas erro.
Sempre esse eterno e odioso marasmo.
O mesmo digo dessa presença na boca de asmo
Que me persegue, segue, prossegue e deságua.
E o que eu posso fazer?
Se não vejo graça em tudo.
Se não vejo graça em nada.
Se não vejo graça em tudo-nada.
Se ando em círculos atrás de fantasmas.
Sobrevivendo da cristalização de qualquer utopia.
Eu sei que pode ser incoerência, demência ou autoclemência
Nesse caso eis que surge a interrogação:
Qual o motivo por que vivo então?