Poema-democracia.
O ajustado e o desajustado;
o corcunda e o ereto;
o confuso e o destemido;
o preto e o branco;
o beato e o herege:
o poema permite-os igualmente,
no mesmo arranjo.
O poema suporta a todos
e os leva ao mesmo encontro: o buraco – para lembra-los
que toda boca boceja quando tem sono.
E que os significados podem ser outros.