UMA PONTE, ALÉM DA ESCURIDÃO
Por amor às estrelas
Varo a madrugada
Sob o sereno, alma molhada,
Só para vê-las.
Por amor à poesia
Vasculho minha alma de noite e de dia
Em busca de inspiração.
Às vezes encontro. Às vezes encontro um não.
Por amor ao mar
Passeio sobre as areias ardentes,
Passam barcos, passam gente,
Mas não me canso de só olhar.
Por amor aos sonhos,
Caminho só, tristonho,
Noites em claro, escuro está,
Para ter ainda com o que sonhar.
Por amor de mim,
Trago comigo um pedaço de espelho,
Sorriso calado, menino velho,
Rimando e sonhando até o fim,
Até, quem sabe um dia,
Do outro lado do abismo, além dessa escuridão,
Alguém, chamando pelo meu nome,
De repente, me estenda a mão!