Sina
E no aperreio da vida
para essa minha gente sofrida
só resta mesmo cantar
e aceitar sua pobre sorte...
Erguem as mãos para os céus
pedindo clemência a Deus
da pisa que estão a levar
e estáticos esperam a morte!
Agarram-se somente à esperança
num canto que é de lamento
como se fossem cigarras
prontas a estourar!
Estufam o peito de fé...
E cantam... cantam... e cantam
e assim faz-se a ciranda da chuva,
ao meio lá vai São José...
Cabisbaixo por tanta reza
bafora as rachaduras da terra seca
no entanto, não alivia o semi-árido...
Coragem? nem pra fazer uma tereza...
Crueza com esse meu povo,
sem beijar e abraçar a terra,
a caatinga pede socorro!
A miséria do meu sertão a fome a sede a seca
questão climática, de Deus?
ou da insensatez política?...
Ah, meu irmão...
Um olhar de água-doce para Israel
um aprendizado pro meu sertão...
A luta a fé a pujança é a nossa peregrinação,
a terra prometida já temos
falta-nos vergonha e Liderança,
Shalom: faça-se água!