Sina

E no aperreio da vida

para essa minha gente sofrida

só resta mesmo cantar

e aceitar sua pobre sorte...

Erguem as mãos para os céus

pedindo clemência a Deus

da pisa que estão a levar

e estáticos esperam a morte!

Agarram-se somente à esperança

num canto que é de lamento

como se fossem cigarras

prontas a estourar!

Estufam o peito de fé...

E cantam... cantam... e cantam

e assim faz-se a ciranda da chuva,

ao meio lá vai São José...

Cabisbaixo por tanta reza

bafora as rachaduras da terra seca

no entanto, não alivia o semi-árido...

Coragem? nem pra fazer uma tereza...

Crueza com esse meu povo,

sem beijar e abraçar a terra,

a caatinga pede socorro!

A miséria do meu sertão a fome a sede a seca

questão climática, de Deus?

ou da insensatez política?...

Ah, meu irmão...

Um olhar de água-doce para Israel

um aprendizado pro meu sertão...

A luta a fé a pujança é a nossa peregrinação,

a terra prometida já temos

falta-nos vergonha e Liderança,

Shalom: faça-se água!

Nalva Sol
Enviado por Nalva Sol em 08/08/2014
Reeditado em 08/08/2014
Código do texto: T4914204
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