FLOR EM BOTÃO.

Eu estou sempre contigo, contido em um arcabouço, e ouço o teu gemido nesse alvoroço, hospedeiro antigo do meu esboço. Já nem mais calculo o meu prejuízo mental, nem ajuízo esse agravo, até me coloco em condicional, pelo mal que me foi causado nesse entravo, que até ousei usar palavras em evidencias no teu paraíso, sem que seja exato e nem preciso.

Tento me arrostar com o tempo no espaço, sem que os eternizem na memoria da vida, nesse penhor que me arremessa à felicidade, e toda vontade que não se faz circunscrever, e nem se fez contida, nessa desmedida promessa não cumprida, mesmo que seja produto da verdade, essa vontade que tenho de esclarecer, mesmo que venha reabrir a minha ferida.

A capacidade de agir é que acende a luz da intencionalidade, adaptado aos conteúdos da consciência, é como socorrer o imprevisto com um visto de condicionalidade, e que segue uma regra restrita de precedência, essa que não se faz ciência, e sim uma possibilidade, e que agora me faz resistência, e nem uma multiplicidade de intenções vai me trazer de volta a tua permanência.

Esse paroxismo morboso, nesse teimoso esfoguear de resolução, ainda que venha sofrear a tentativa do esquecimento, nenhum momento vai trazer a convicção, mas, quiçá uma suposição, uma maneira de subjetivizar o meu pensamento, diante do lamento, que me faz sofregar. Até penso em redefinir essa assaz lembrança, na esperança dessa realidade em aceitação, ainda que a minha flor morra em botão.

Marcus Paes
Enviado por Marcus Paes em 06/08/2014
Reeditado em 28/06/2018
Código do texto: T4911736
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