Barbárie inédita.

Neandertal urbano, animal em tons de loucura:

o polegar revolucionário das primeiras mãos,

em retaguarda, os outros quatro dedos furiosos.

A selvageria hereditária nas copas das árvores,

da vida embebida de barbárie e instintiva.

São bem mais frias as casas de pedra na cidade,

as esquinas esquartejam a paz original.

A visão não é mais que medíocre, insossa,

aos moldes do cifrão, sem escapatória.

A soberba cerebral da cachola tão crescida,

ervilha expandida, o broto da pedra lascada.

A vida lascada agora, nos hospícios da cidade.

E o beco sem saída no crânio sobre o travesseiro:

um fóssil estúpido e parasitário ao natural.

Felipe Conti
Enviado por Felipe Conti em 05/08/2014
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