PREFÁCIO

As palavras nos servem, mas não nos obedecem.

Depois de paridas, as ditas palavras,

Mal ditas ou bem ditas,

Não mais nossas.

Parimos palavras que não param

E ás vezes nos desespera.

Quando o nó na garganta for maior que a palavra: cale-se.

Porque o sábio calado vence.

Mas se o vômito de palavras for impossível de ser contido: vomite palavras,

Parindo respostas

Todos os dias,

Semeando sentimentos

E colhendo poesias.

O Mestre talvez ensina,

O Artista sempre assina,

A palavra assassina.

Parir palavras é matar o silêncio.