Saltimbancos Poetas

Enquanto a lua subia,

O dia entrava em metamorfose

Pelos versos

De um poeta declamador,

O poeta escrevedor,

Escrevia!

- Ah!... Ha, haha, há

Vejam quanto insanidade

O dia se fez noite,

E ninguém nem notou,

O céu pipocou em brilhantes,

As nuvens o vento levou

E ninguém notou.

Ah, cale esta boca seu louco!

- Ei, eu louco? Ha, há...

- Meio doido sim,

Na verdade das verdades

Sou a voz do poeta escrevedor

Louco por pena, tinta e papel,

Suas armas de guerrilha,

Pois saibam de antemão

Na sua guerra o sangue

Não é derramado,

Já o amor por sua vez

Derrama-se em mares e marés,

Em lágrimas que sorriem

Feito o saltimbanco no picadeiro

De todo e qualquer sentimento,

Depois meia-noite tudo já é passado

E o presente, esta aqui ao meu lado

Como a minha outra metade meio doida,

E assim escreveu o poeta escrevedor!

- Que Neverland de cada um

Amanhã seja

Raio de sol,

Raio de luar!

31/07/2014

Porto Alegre - RS