O asco, o bicho

Degluto como bicho, degluto.

o asco habitava a tarde, a casca

gotejava o que não mais sentia

pois que era visto e não se reclinava

o feixe cego das carícias pretéritas

Assim, no céu a bolha se rompia

e triste, o fel, no salto, balbuciava

o asco, a tarde e alucinações macias

e tudo amortecido aos córregos perenes.

Corre o moinho, as horas correm.

O que havia no ato de drenar o Hórus

nos furta o que divinamente é gozo

e foi se acumulando ao réu mestiço.

Como bicho, maciço...

o berro, o nicho.

degluto.

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 30/07/2014
Reeditado em 07/11/2014
Código do texto: T4902033
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