Esperando o eletricista
Ao romper apenas um fio,
o notebook apagou
e os livros permaneceram na estante quietos,
em posição de alerta, me olhando.
Pus a cara pra fora da janela e mergulhei no tempo e nas coisas.
Eram as mesmas ocorrências e homens.
Mas uma profusão de raios trazia, ininterruptamente, todas as cores.
E já não importavam mais as teclas, os fios,
a posição do planeta e dos ponteiros do relógio.
Eu estava ali, surpreendida, diante do mesmo sol que nunca se põe.