Palco Intimista
Pálidos vultos vagueiam incansáveis
Pela diocese do meu pensamento,
Talvez em pesquisa das ladainhas
Que perlustram de forma afrodisíaca
Veredas desenhadas ao longo dos anos...
Meus sacramentos sensuais são etéreos,
Dogma algum deixo tripartido, às avessas...
Num catecismo de sensibilidade crio preces
Que me elevam aos pedestais do infinito
E, de repente, sinto-me preso ao Paraíso...
No Éden há provações que são letais pecados,
Então ajoelho-me perante as misericórdias
E enxergo minha sombra altruísta em êxtase
Suplicando aos deuses de minha mitologia
Que me cedam o barco da solidariedade...
E velejo solitário nos mares das circunstâncias,
Vez por outra tenho de levantar alhures as velas,
Pois, fico a mercê do enxerimento das procelas
Que tentam desviar-me de aveludadas estradas
E jogar-me de maneira homicida diante das vagas...
Os perigos ficam encarcerados na mente sã
E, um a um, vou vencendo obstáculos de reflexão,
Chego à terra firme do raciocínio liberto dos males
Que ousaram entravar minha comunhão litúrgica,
Contudo os vultos fenecem desapropriados de mim...