raciocínios genéricos
Mulher comigo é bem assim,
ou, comigo homem é assado;
A rica multiplicidade da raça.
Feito uma pasta, uma massa,
Onde o particular é abortado...
Esse mania de “vaca amarela”,
todos comem o que ela perdeu;
faz iguais ao que tinha na panela,
aos que acenam com essa balela,
de que ninguém presta, fora eu...
ouvi a tanta falas de embusteiros,
querendo cozinhar a verdade crua;
para o alheio juízo são mui ligeiros,
mas, a régua que mede terceiros,
também mensura a estatura sua...
toda generalização é muito injusta,
pois, a uns eleva, e a outros, abaixa;
lidar com o diverso um pouco custa,
aí está a beleza, numa medida justa,
onde o valor ao apreço se encaixa...
esse encaixe não é tão vasto qual lego,
que aceita tudo conforme a destreza;
valores deturpados derivam do cego,
há mulheres que não valem um prego,
outras, que são verdadeiras princesas...
claro que em ambos gêneros me perco,
nenhum, penso, deve ter proeminência;
se evoco, a memória fecha logo o cerco,
lembra de homens que parecem esterco,
e alguns poucos, que me são referência...
indivíduo, pois, é algo que se não divide,
o nome do santo aponta já pro milagre;
projetar sobre o gênero particular revide,
é incidir o juízo sobre o quê não incide,
enfim, ranço raso, de cabeça-de-bagre...