Ovelha Negra
Ovelha negra como os “Panteras”,
Há quem me considera... Bode.
Por revelar que o mundo não é quadrado,
E não sentir-me culpado... Pelos seus “Não pode!”.
Aposta no meu declínio,
Fora desses domínios... Diz que é certo que eu me perca.
Porem meu campo é vasto,
Meu pasto... Não é limitado por cercas.
Tornei-me assim um inconveniente,
Dentes da frente... Cariados.
Persona non grata,
De bermuda e regata... Costumes contrariados.
Sou preto, preto no branco,
Arranco... A cortina de fumaça.
Saiba que na caçada,
Não sou espécie ameaçada... Sim, um tipo de ameaça.
Inda ando em verdes pastos,
Do rebanho do Senhor.
Não querem ver-me nem pintado,
Agora que sabem minha cor.
Sou uma mancha,
Para todo aquele que lancha... O pão dormido das leis.
Mas tenho os mesmos tantos por cento,
Incluso no novo testamento... Que Papai fez.
Pinto no pedaço,
Com meu passo... Considerado estranho.
Discriminado pelos traços,
Insinuam que não faço... Parte do rebanho,
Banho? Proponha a Maria,
Malha de molho no cloro.
Se a penugem não varia,
Também não descoloro.
Só as alvas,
Serão salvas... Nenhum dos outros tons.
Vítima do apartheid,
Lepra, AIDS? Pior, pra eles tenho questões.