"Endemoninhado"

Lambendo um vinho,

Sozinho? Não! Jesus, eu, Azar... E outros fulanos.

Por isso me chamam de comilão,

E beberrão... Amigo de pecadores e publicanos.

Parece até que me viu sair das tavernas.

Trocando as pernas... Na mão do palhaço.

Qual o critério de vocês?

Endemoninhado é quem faz o que João fez... Ou quem faz o que eu faço?

Devassos... Impuros?

Não me misturo... Com o tipo santarrão.

Tem parentesco bem distante,

Não obstante... Jura que é irmão.

Não! Não me deixei circuncidar,

Falsos, porem, a me circundar... Pra espreitar minha liberdade em Cristo.

Colarinho com mancha de batom?

Quando os olhos não são bons... Tudo é mal visto.

Despisto... O fardo,

Pesado... Que essa turba leva e traz.

Comigo aqui só boa praça,

Ninguém enche a paciência só as taças.

A vós outros não me sujeito nunca mais.

Parece até que me viu sair dos cabarés.

Meter os pés... Pelas mãos.

Inda não entendi o critério de vocês,

Pergunto então outra vez... Endemoninhado sou eu ou João?

Uma porção... De árbitros,

Condena meus hábitos... “Pessoa pouco honesta!”.

Mas não deixo que “A” nem “B”,

Julgue-me pelo comer, beber... Ou dias de festa,

Sou fresta... Na sala escura,

Onde a maldita cúria... Encarcera a compreensão.

Favas, favas,

De fato pregam a palavra... A palavra “Não!”.

Porem ainda dão vazão... Aos vis desejos carnais.

Comigo aqui só boa praça,

Ninguém bate boca só as taças.

A vós outros não me sujeito jamais.