MOÇA DAS NOITES

Moça das noites caminha,

busca um novo aportar.

Pelas ruas, sozinha,

seu mundo vê desabar.

Não sabe quem vai encontrar

no minuto seguinte.

Seu corpo, na certa, entregar,

em troca, pouco mais de vinte.

Seu tempo é quase nenhum,

precisa se dar, pra viver.

Na cama é de qualquer um,

por dentro queria morrer.

Despachou a esperança

de sua vida mudar.

Não tem mais aquela criança,

no seu coração a brincar.

O sol amanhece, é dia,

parte seu último dono.

Deitada no banco, vazia,

se refugia no sono.

Poeta Télio
Enviado por Poeta Télio em 21/07/2014
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