MOÇA DAS NOITES
Moça das noites caminha,
busca um novo aportar.
Pelas ruas, sozinha,
seu mundo vê desabar.
Não sabe quem vai encontrar
no minuto seguinte.
Seu corpo, na certa, entregar,
em troca, pouco mais de vinte.
Seu tempo é quase nenhum,
precisa se dar, pra viver.
Na cama é de qualquer um,
por dentro queria morrer.
Despachou a esperança
de sua vida mudar.
Não tem mais aquela criança,
no seu coração a brincar.
O sol amanhece, é dia,
parte seu último dono.
Deitada no banco, vazia,
se refugia no sono.