ENTRE PIEDRAS E COELHOS

Às margens do Rio Guaraú

Eu sentei e chorei.

Chorei a falta de você,

Dos amigos e dos amores que tive,

Dos tempos de menino

Que não voltam mais,

Dos parentes queridos

Que se foram,

Das brincadeiras fagueiras

Entre pedras e corredeiras,

Das tardes despreocupadas

Jogando bola, jogando conversa fora.

Às margens do rio Guaraú,

Eu sentei e chorei,

Levantei os olhos aos céus e agradeci;

Fui muito feliz aqui.

O barulho das águas correndo entre as pedras

Parecem canções de ninar,

Ninar meninos grandes

Que não querem crescer,

Porque os meninos crescem,

Casam

E se esquecem que foram meninos;

Às margens do rio Guaraú

Eu sentei e chorei,

Os fantasmas da infância,

Bailando na memória,

Riem do meu choro,

E em muitas noites vida afora

Eles aparecem em meus sonhos, dizendo:

Peter Pan, Peter Pan!

Onde você escondeu o seu estilingue?”

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 17/07/2014
Código do texto: T4885257
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