ENTRE PIEDRAS E COELHOS
Às margens do Rio Guaraú
Eu sentei e chorei.
Chorei a falta de você,
Dos amigos e dos amores que tive,
Dos tempos de menino
Que não voltam mais,
Dos parentes queridos
Que se foram,
Das brincadeiras fagueiras
Entre pedras e corredeiras,
Das tardes despreocupadas
Jogando bola, jogando conversa fora.
Às margens do rio Guaraú,
Eu sentei e chorei,
Levantei os olhos aos céus e agradeci;
Fui muito feliz aqui.
O barulho das águas correndo entre as pedras
Parecem canções de ninar,
Ninar meninos grandes
Que não querem crescer,
Porque os meninos crescem,
Casam
E se esquecem que foram meninos;
Às margens do rio Guaraú
Eu sentei e chorei,
Os fantasmas da infância,
Bailando na memória,
Riem do meu choro,
E em muitas noites vida afora
Eles aparecem em meus sonhos, dizendo:
Peter Pan, Peter Pan!
Onde você escondeu o seu estilingue?”