VIAGEM

Não sei se o meu poema é bonito

Só sei que preciso escrever.

Mesmo sabendo que muitos me acham esquisito.

Sei que sou taxado como um Zé ninguém

Aonde uns me chamam de feio e outros de bonito.

Não retruco, bato palmas dizendo amém.

Sei também que não posso deixar escapar

O sol do meu dia a dia, assim também como

A beleza do luar.

A escuridão da noite é quebrada e ela por mim admirada

Por esse andarilho de estrada poder caminhar.

Não sei se ando mal vestido ou bem arrumado.

Espelho não uso, pois nunca precisei.

Só vivo o presente, pois já esqueci o meu passado

E hoje junto de tanta gente

Até os meus inimigos cumprimentei.

Pouco importo se alguém me repara.

Somos todos iguais e estamos aqui só de passagem

Chegarei com a mesma bagagem na mais simples estação.

O bilhete já está pago para mais uma viagem sem direção.

Não sei a hora da minha partida.

O que sei, é que encontrarei alguém me esperando.

Quando em outra estação chegar.

Seja outono, inverno ou primavera.

Alguém estará na minha espera

E com amor e carinho irá mostrar meu novo ninho

E poder me agasalhar.