Suspensão da Poesia
No acaso do espaço,
rumino
no concreto
a nulidade das nuvens.
Caminho sem respostas
pela curva, cinético
-calcanhar de luzes-
A ventania sucumbe
sentidos plásticos
no ecossistema a ruir
silente.
Traços perduram
pelos bastonetes,
os cheiros conurbados
no súber da madrugada
pedem mistérios
de corpo.
A posse de questionamentos
e poesia no colágeno
da fala.
O turno espera, desgastado,
o soterramento do rosto,
pensamento iônico.
Dividida,
a nau da linguagem
pelas pegadas
do tempo
(gás nobre)
No poema,
a palavra floresce
alada.