Perdoar, sem Esquecer

Tenham uma bela semana!

Compartilho um poema recente, de minha lavra, publicado em Chuva de Versos 190(José Feldman) .
Um desabafo, uma relato de des/gosto.Catarse, perplexidade.
cada vez mais, no côncavo da mão , minha alma reúne cada vez menos amigos verdadeiros.Mas vale a pena, pois os que escorregaram dos dedos, caindo no precipício do afastamento, eram apenas pseudo-amigos, oportunistas...
Ficaram as amizades genuínas, que tanta alegria trazem ao meu self!
De calar-me, cheguei a perder a voz.De recusar-me a avançar junto aos indiferentes ou malévolos, machuquei os pés e não pude andar nem dançar.
Mas lembremos Frida Kahlo:"para que pés, se posso voar"?
Agradeço sua leitura.É um um poema mero, mas vero.
Meu abraço!
Grata:
Clevane Pessoa.

Um Poema de Belo Horizonte/MG

(Clevane Pessoa de Araújo Lopes)

Perdoar, sem esquecer...

De perdoar, ralei os joelhos da alma ,
fiz arder os alvéolos do espírito exausto,
nadando do alto mar, mas enxergando a praia,
forneci novos códigos ao self desconstruído,
caminhei com sede e fome,
pelo labirinto da perplexidade...

Mas esquecer, impossível, pois meu feitio
é de registrar dos pequenos segundos ao instante exato
em que a seta alcançou e rasgou a pele sensível
de meu coração selvagem, corcel em pradaria deserta...

Aos que constroem castelos no indica da maldade,
aos que destilam a inveja no olho do furação.
aos que trabalham artimanhas e armadilhas
sem se preocupar outrem, mando meu canto e minha dança,
onde as palavras têm força numérica.

Acreditam em minha ingenuidade,
porque não costumo revidar, mas isso é pela Paz.
desde pequena, aprendi, ao colo de minha mãe,
de mãos dadas com meu pai,
ou nas histórias exemplares contadas por meus avós
a dimensão da dignidade
e as peças para montar as ilustrações
da generosidade pura e simples, sem ganhos secundários.
Danço e voo, pelo labirintos , até modificar a destinação
do minotauro.

É de minha missão, semear, abrir a porta,
ensinar aos ainda verdes
de coragem e de pacifismo diligente.
não farei o mal, mas estou em alerta.

Esfregarei na ferida aberta dos arrependidos, sal e vinagre.
Mesmo o açúcar é curativo e fecha talhos..
mas talvez já seja tarde para que aprendam meu canto ,
Minha dança , meu voo.

Talvez , para essas pessoas, já seja tarde...
Perderam o tempo com/sagrado aos deuses
da serenidade e agora, têm o olhar despetalado,
os ouvidos entupidos de nada,
as cordas vocais esgarçadas...

Eu cantarei, porque já perdi a voz quando não pude falar.
Eu dançarei desde que percebi estarem as correntes
presas à pedra-sabão, que desgastei com passos precisos.
Balerina, já bailei com os dedos feridos,
salpicando as sapatilhas de sangue e cristais.

Eu voarei, pois fiz crochê com o fio forte e levíssimo
das teias de aranha fiandeira.
E posso entregar-me às tempestades.

Perdoar, sempre
Esquecer, jamais.

--
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Membro da REBRA_Rede Brasileira de Escritoras.
Representante do Movimento Cultural aBrace-Brasil;Uruguai
Embaixadora Universal da Paz -Cercle de Ambassadeurs Univ.de la Paix-Genebra, Suiça,
Consultora de Cultura da Associação Mineira de Imprensa-AMI.
Membro da Rede Catitu de Cultura; do virArte, da ONE, da SPVA/RN, da CAPORI, da APPERJ,e do PEN Clube de Itapira.
Colaboradora da ONG Alô Vida. .
Membro Honorário de Mulheres Emergentes
Divulgadora e Pesquisadora do MUNAP_Museu Nacional da Poesia
Dama da Sereníssima Ordem da Lyra de Bronze
Acadêmica da AFEMIL-Academia Feminina de Letras; da ALACIB/Mariana.
Membro da SBPA-Mariana-MG
Acadêmica Correspondente da ADL, ANELCARTES, ATRN, AIL, ALTO, da Academia Pre-andina de Artes, Cultura Y Heráldica; Academia Menotti del Picchia