Asas atrofiadas

Rolhas do lugar comum vedam garrafas

De mesmice com rótulos de novidade;

Os céus não voados esperando alhures,

Que asas da humildade lhes procurem,

assumam não saber da missa a metade...

mas, ignorância é a consorte do orgulho,

para o azar de quem hospeda esse casal;

Sophia fala, contudo, tapam os ouvidos,

Com os fones importados que providos,

Por aquele antigo e obtuso gênio do mal...

Cercas religiosas, ideológicas, o escambau,

Delimitam tais a esse pobre, tacanho viver;

Até mudam o tom quando parece obsoleto,

ciência tateia plasmando o exo-esqueleto,

se engessa almas a séculos com exo-saber...

quem herdou asas não deveria ser um réptil,

membros nobres já são uma nobre premissa;

então se conjugarmos o fim com os meios,

veremos tristes, o vazio desses tonéis cheios,

tudo ainda estava na outra metade da missa...

a mediocridade é um assento até bem macio,

à favor da correnteza tudo desce de roldão;

voar altaneiro sujeita a alma a ventos e dor,

e optam pelo engano de mudar apenas a cor,

onde deixam lindas as muralhas dessa prisão...