Ai de mim, que vivo neste mundo
se não tenho o meu próprio olhar
fico entre o raso e o fundo
fico entre o rio e o mar...
Fico entre tempestade e calmaria
com a linha tênue do coração
só respiro com a poesia
pelos poros da minha emoção...
Ai de mim, se ouço os tolos
a dizer tantas coisas vãs
vejo a luz que tudo ofusca
e o sol nas lindas manhãs...
Ai de mim, se entro na trama
dos que temem a vida
a poesia a alma inflama
e sigo decidida...
Ai de mim, se do outro espero
porque só eu posso mudar
alcançar o que tanto quero
e da vitória poder desfrutar...
Ai de mim, se fecho a janela
e não vejo a luz que flutua
só a alma faz a vida bela
Ai de mim, se não vejo a lua...
Ai de mim, sem meu refúgio
minha válvula de escape a poesia,
aos intolerantes o meu repudio
aos tolerantes a minha energia....
Lucinéia Magri